Crise dos 04 meses

Eu sempre pensei que crise fosse só da meia idade, mas parece que existe também a crise da meia existência!
Todas as pessoas dizem que meu filho é um anjo. Quando saio com ele no carrinho, ele fica quietinho,  só sabe rir e quando está com fome dá seus gemidinhos de choro. Em casa, um doce! Dorme a noite toda, fica na cadeirinha de apoio sem reclamar, dorme na cadeirinha de apoio e só chora quando está cocô ou fome. Como toda mãe de primeira viagem, eu achei que todos os bebês fossem assim, mas não. Muita mãe reclama que o bebê não dorme, que é um saco! que quer dormir, viver, ir ao banheiro, comer e não consegue!
Eu também passei por isso, mas só nos primeiros dias… talvez o primeiro mês. Depois disso ele já dormia mais de 4 horas seguidas por noite.
Enfim. Estou eu lá, orgulhosa do meu filho, contando pra todo mundo que ele é um anjo e blá blá blá até que… é.    até que num belo dia ele simplesmente fez um escândalo pra dormir. Brigou, brigou, brigou e só dormiu sendo ninado, diferentemente das outras vezes. Na mesma noite, acordou pra mamar de duas em duas horas, na manhã seguinte não quis voltar a dormir depois de mamar, a cadeirinha de apoio foi pro espaço! Ele simplesmente não quis ficar lá. Nada dava jeito, nada satisfazia o bichinho… e eu dizendo que ele tava “chatinho”.

Como boa mãe de primeira viagem, comecei a procurar a fonte. Ahhh deve ter sido reação da vacina dos quatro meses! Nada de febre, nem vermelhidão na coxa, nada! Ahhhh então deve ser pq ele ficou resfriadinho na semana anterior e deve estar com manha. Nem meu colo resolvia. Ah. Então é cólica, só pode ser cólica! Massagem e nada era a mesma coisa. Deve estar com dor, só pode ser dor! Umas gotinhas de tynelol e nada!  É cocô! Fralda limpa. É fome! negando peito! É calor! Manchinhas de frio no ar. É frio! Suou igual a um porco. Roupa apertada! Nariz entupido! Televisão muito alta! Pouco leite! Muito leite! Nada. Nada. Nada. Nada. Já sei!!!! Mudei alguma coisa na rotina dele e ele está estranhando! Voltei a fazer tudo igual e nada, ele chhaaato. Só tem uma resposta: sou a mais incompetente das mães e não consigo cuidar do meu filho! Só pode!
Detalhe básico: como a rotina de sono dele mudou, eu voltei ao status quo de zumbi e a paciência que já era pouca, começou a se esgotar. Aí mesmo que me senti a pior das mães.

Fui conversar com uma amiga que tem bebê da mesma idade e ela estava passando exatamente pela mesma coisa que eu. Não é possível, né?! Há limites para coincidência!!!  Resolvi pesquisar… Não é que o danado tá na crise dos 3-4 meses??

Ahhhh gente, por favor!! CRISE DOS QUATRO MESES? QUA-TRO ME-SES! Se está assim agora, imagina na puberdade?
Fui pesquisar pra tentar entender esse serzinho e, talvez me acalmar.
Basicamente, ele está no fim de um ciclo de reconhecimento da mãe e dele, somado ao fato e estar num pico de atividade motora, ou seja, o bichinho tá na pilha duracell e resolveu dar uma de Freud e analisar a vida!
Não é nada demais, basicamente o bebê está percebendo que ele e a mamãe são coisas diferentes e que ele tem medo que a mãe suma. Dentre os conselhos que recebi de especialistas, está o de não permitir que outras pessoas atendam o bebê na madrugada. Quando ele chorar, é bom que a mãe vá atender e ele possa perceber que nada mudou. Ele só dormiu e a mãe não sumiu. Muito chic esse papo de psicologia infantil!

Bom, é isso. To com olheiras, paciência no pé, mas sobrevivendo à tal crise dos quatro meses.
Segue pequena explicação que encontrei em alguns sites:

Primeiro trimestre: período simbiótico

 

Como começa a crise do primeiro trimestre?

A chegada aos 3 meses é um momento tão marcante que alguns autores falam de dois nascimentos: o biológico, que é o dia do parto, e o psicológico, que acontece quando o bebê completa 3 meses. Esse primeiro trimestre de vida é o que se chama de período simbiótico. “Para a criança, mãe e filho significam uma única palavra ‘mãefilho’. É assim que ela entende: como se fossem uma única pessoa”, diz, brincando, Leonardo Posternak, pediatra de São Paulo. A partir dos 3 meses, o bebê passa a olhar no olho da mãe, começa a se divertir, imita alguns gestos. Ele começa a sentir que a mãe não é só um bico de peito e, assim, começa a construir a imagem do outro.“É nesse período que a criança percebe que não está enroscado no tronco da árvore – que é a mãe. Ele está perto da árvore. Entende que precisa chamá-la para ter o que necessita – leite, colo ou fraldas limpas. Nessa hora, bate a ansiedade. É como se ela pensasse: ‘E agora? E se eu chamar e ninguém escutar? E se esse outro vai embora, o que eu faço?’ É aí que começa a crise”, explica Posternak.

 

Como saber se o filho está passando por uma crise?

A melhor maneira é ouvir o pediatra. “Algumas mães chegam ao consultório reclamando que há três dias o filho estava ótimo e, de repente, não quer mais mamar e tenta se afastar quando elas dão o peito. Outras reclamam que o bebê estava dormindo bem, mas, depois dos 3 meses, isso mudou. Ele acorda várias vezes chorando”, diz Leonardo Posternak, pediatra de São Paulo. “Há ainda as mães que reclamam que o bebê fica agitado sem motivo. Não quer ficar no colo, no berço, no bebê-conforto. Parece não estar confortável com nada que é oferecido”, continua. As queixas normalmente são parecidas e o seu pediatra saberá dizer se o bebê está com algum problema de saúde ou atravessando uma crise.

 

Quanto tempo dura a “crise do fim do período simbiótico”?

Essa crise dura em torno de 15 dias.

 

Nesse período, os bebês precisam ser medicados?

Não. Quando a criança atravessa uma crise, é muito importante que ela não seja medicada. “As mães sempre chegam ao consultório achando que a razão do desconforto tem algum aspecto orgânico: cólica, falta de leite, dente nascendo. Então explico que se trata de uma crise, um momento excelente para o crescimento”, ensina Leonardo Posternak, pediatra de São Paulo.

 

O que os pais devem fazer durante a crise?

Eles devem ficar calmos e entender que esse período vai passar. “Conhecendo os sintomas, os pais precisam dominar a ansiedade para que a criança não tenha que atravessar esse momento complicado num ambiente angustiante. Lembre-se de que o seu bebê precisa passar por essa crise para poder crescer”, explica o pediatra Leonardo Posternak, de São Paulo.”