Segundo Relato de Parto Humanizado

dpp: 27/04
Dn: 18/04 exatamente às 00:00

Equipe: Mayra FontainhasMichelle Soares Zelaquett e Rogerio Leandro Sousa
Doula: Raquel Corrêa

Vou dividir meu relato em três partes: i) relato resumido; ii) relato completo e iii) relato cômico.

Moro em Volta Redonda e, para parir, vou até a casa da minha mãe na capital do RJ aguardar o trabalho de parto. Dessa vez fui com 36s pq meu marido iria viajar a trabalho.

1- Relato Resumido

Esta foi minha terceira gestação. A primeira uma cesárea eletiva, desnecessária em véspera de feriado por bebê GIG. A segunda um parto normal humanizado com analgesia (tem meu relato aqui). E o Hugo veio num parto a jato.

Pródomos intensos desde, sei lá, umas 32s. Ultra já acusava se tratar de bebê pequeno (em relação aos anteriores). Todos achavam q ele viria antes de 39s. Só eu achava q ele viria após 40s como a irmã.
Durante o dia tive bastante prodomos. Ao cair a noite, comecei a ter contrações regulares. Optei por sair pra jantar. Comi com contrações. Comecei a medir as contrações as 21h.
As 22:00 a bolsa rompeu. Fui pro hospital. Dei entrada as 22:43 com 3-4cm.
Em 50 minutos evoluí para 8-9cm.
Meia noite em ponto nasceu o Hugo. Estava de lado. Ele coroou com as pernas fechadas enquanto eu estava de lado, ainda no susto.
Tive laceracao pq não esperei outra contração, pq tava de lado e pq a perna estava fechada rs.
Hugo nasceu com 3015kg e 47,5cm. Apgar 10/10 e capurro 39+3 pela ultra ele teria 38+4.

2) Relato Completo

Hugo foi muito desejado como seus irmãos. Engravidei quando a mais nova tinha um ano. Início de gestação preocupante pq o saco gestacional era pequeno para o embrião e todo lugar dizia que a gestação não iria a frente.

Esse susto passou e eu só assumi a gestação mesmo após 18s. Coisas da nossa cabeça.

Tive diabetes gestacional tal qual a gestação anterior e seguimos forte na dieta. Essa gestação estava diferente. Eu estava diferente. Poderia dizer q eu estava plena. Tranquila. Zero stress. N tive a mania de controle que é meu pior defeito e minha maior virtude. Dessa vez eu já tinha aprendido que a natureza age nas suas formas mais misteriosas e isso ajudou a relaxar.

Estava tão relaxada que terminei de ver as coisas do enxoval, da minha mala, etc somente após 37 semanas… Tão relaxada que marido viajou a trabalho pra fora do país e só retornaria quando eu estivesse com 37+4… Nasceu uma semana depois. Olha o risco rs

Prodomos faziam parte da minha vida. Uns com dores absurdas, outras com dores suportáveis. Estava tão tranquila que o encontro com a doula aconteceu no dia q entrei em tp (trabalho de parto).

Passamos uma tarde agradável de fofocas e conversas sobre o parto. A alertei pela vigésima vez que a probabilidade deu não deixar ela encostar em mim durante o tp era enorme, mas não era essa a minha vontade, mas poderia acontecer (ainda bem que alertei). Durante a conversa, várias contrações. Ela querendo medir o espaço, eu dizendo pra relaxar que não era hr pra isso.

Ela foi embora no cair da noite. E eu com as benditas dores. Marido quis comer fora. Eu já tinha topado, mas as dores começaram a apertar. Deitei de lado como sempre me deito quando tenho cólicas. Pedi a minha mãe que ficasse com a caçula preu ir jantar. Ela estava indisposta então resolvi levar a caçula conosco.

Brinquei com o marido que eu era a louca indo jantar em trabalho de parto. Juro que, pra mim, era só alarme falso de novo. Por desencargo de consciência, resolvi começar a medir quando a dor começou a apertar (já dentro da pizzaria e comendo pizza). Estavam de 4/4 min e com 40s de duração. O parto da caçula foi todo com contrações de 40s.

Avisei a médica, avisei a doula. Pedi a conta, pagamos. Já pra entrar no carro eu comecei a vocalizar. A mais nova no banco de trás repetia o som.

Comecei a instruir o marido do que ele tinha q fazer (pegar malas, avisar minha mãe, etc) e fui direto pro chuveiro.

Graças a Deus meu telefone é a prova de água. Continuei fazendo as medições. Pedi a bola ao marido. Ele começou a se preocupar. Minha mãe começou a dar as caras preocupada que fosse nascer em casa. Eu tranquila ainda. Meu celular já tocava a Playlist do parto.
E aí quando eu olhei os intervalos, tinha diminuído pra 2 minutos e pouco.

Resolvi sair do chuveiro.

Novamente deitei na cama. Gosto de deitar quando tenho cólicas. Deitei e senti o ploft e a água escorrer. Eram 22:00.
Avisei ao marido e disse que era hora de irmos (pelo histórico da irmã, era melhor irmos logo).
Queria ver a cor do líquido mas Não conseguia. Toda roupa a minha volta era azul. E o chão marrom… Depois q vi q era claro, saí.

Na saída de casa meu pai de 70 anos apareceu. Viu a contração, me deu a mão perguntou ao meu marido o que era aquilo se estava tudo bem. Marido disse que sim, que eram contrações. Que estava na hora. Que iríamos embora.

Ele me levou até o carro.

Deitei no banco traseiro e, por incrível que pareça, as contrações com o balanço do carro eram mais suportáveis do que com o carro parado.

Rezei pai nosso, ave Maria, as músicas tocavam no meu celular… Cantei junto. Vocalizei no ritmo da música, fiz mantra “tá tudo bem…” e assim me mantive calma.

Cheguei no hospital. Aquela contração na porta pra assustar manobrista. Saí assim que passou, pessoas falavam preu esperar a cadeira de rodas e eu fuzilava com os olhos.

Entrei no hospital, avistei a cadeira de rodas… Ela queria que eu sentasse “pra entrar na emergência ela precisa…” marido interrompe e diz “ela não precisa de nada. Sai. A médica está ali”. Levantei a cabeça e vi minha médica. Que alívio no coração.

Ela me leva pra admissão. Pede pra examinar, vem uma contração… Ela faz massagem na lombar, passa a contração, eu subo na maca. Ela toca e estamos com 3-4cm de dilatação. Disse a ela “quero internar”. Ela apenas consente com a cabeça.

Chega a doula, chega a fotografa. Médica preenche papelada, pede ao marido pra ir até a internação (depois ele me disse que foi até lá, jogou as identidades e disse “se vira, meu filho tá nascendo. Volto depois.”).
Médica sobe na frente pra me receber na sala de parto e eu fico na emergência.

Já ali comecei a surtar pq queria deitar. Deitar de lado. Deitei. Agarrei o marido com a cabeça enfiada nos seus peitos, mãos envolta dele e ele abraçado a mim. Aquele era meu porto seguro e eu repetia isso a ele “você é meu porto”.

Entra uma enfermeira querendo acender a luz pra me vestir. Muito grossa. Escuto minha doula sendo um anjo de delicada pedindo por favor pra não interromper que ela ajudaria a fazer o que tinha que ser feito. A enfermeira foi embora contrariada. Eu escutei tudo q aconteceu. Aguardei uma contração, tirei brincos, anéis. Voltei a posição. Aguardei outra contração, me vesti e de forma nada delicada disse que poderiam chamar a enfermeira pra trazer o maqueiro.

Fui de olhos fechados o tempo todo.

De frente pras salas de parto, a médica pergunta em qual a Isabel (minha do meio) havia nascido. Digo que a esquerda e vou pra mesma sala.

Opto por deitar direto. Novamente na mesma posição que estava na emergência. Meu marido estava trocando de roupa. Pedi a médica pra assumir o lugar dele e ela me abraçou exatamente da mesma forma que meu marido estava comigo. Minha segurança era meu marido, na ausência dele, era ela.

Marido, doula e fotógrafa chegaram. Ele assume o seu posto. Eu, de lado em posição fetal, abracada nele. Ele em mim. Minha cabeça em seu peito. Vocalizava a cada contração. Cantei as músicas…

Pedi uma escada pra ele sentar e um travesseiro pra mim.

A cada contração, fazia cafune na cabeça do meu marido (curioso). Várias declarações de amor à ele. E fiquei naquele nosso mundo particular.

Pedi silêncio, pedi que todas as luzes fossem apagadas. Vi chegar o pediatra. Ganhei um beijo ou um carinho na cabeça Não lembro bem.

Voltei ao meu mundo…

Médica pedia pra ouvir o Hugo, voltava pro meu mundo….

A doula não permiti que me encostasse, tadinha. Mas pedi compressas de água quente que me ajudaram a ficar conectada naquele mundinho meu.

Até q minha paz foi tirada por uma contração mais forte. Pedi que chamassem a médica. Solicitei toque. Estava com 8-9cm tendo passado apenas 50 min. Olhei pra ela e disse “ótimo. Quero analgesia”.

Por óbvio, Não queriam ceder. Tava indo tão bem. Pra quê? Médica pediu mais meia hr. Disse que Não. Ela pediu + 15 minutos. Consenti.

Veio outra contração desesperadora. Pedi que a chamassem novamente. Não teria mais 15 minutos nenhum. Ela chegou e pediu então que deixasse tocar novamente pq eu poderia estar com dilatação total. Não deixei. Doula e marido me lembraram do parto anterior em que Também Não deixei e me arrependi.

Ok. Deixei. Tinha ainda uma borda de colo e bebê na posição 0 zero (alto)..
Marido indaga se daria tempo pra analgesia, médica diz que sim (eu Não ouvi a resposta) a doula tenta me oferecer massagem e eu dou uma patada desnecessária nela.

Médica sai pra chamar a anestesista. Eu estava deitada sobre meu lado esquerdo, de pernas fechadas. Vem outra contração, o gemido vira grito estridente, o grito vira urro, a perna fechada, sinto pressão, grito “vai nascer”, sinto a cabeça sair (ainda de lado) abro as pernas , viro de barriga pra cima. Coloco a mão, sinto a cabeça grito “tira tira tira” Não espero a próxima contração, empurro de vez e ele sai.
A médica chegou quando a cabeça estava saindo, Não deu tempo de calçar luvas, ela só tinha uma mão calçada e essa foi a mão que aparou a cabeça e deixou o corpo escorregar na maca.

Ela chamou meu marido “vem pegar seu filho, Guilherme”. Meu marido pegou e ficou em êxtase olhando pro nosso filho. Eu ainda emocionada, pedi meu filho. Ele me entregou e ali ficamos. Uma mistura de sensações… O susto a felicidade, tudo junto.

Ali ficamos agarrados. Eu e ele. Não tinha tinha tirado a camisola durante o tp… Ele nasceu exatamente a meia noite 00:00.

Foi rápido, foi animal, foi intenso.

Apgar: 10/10; capurro: 39+3; pela ultra: 38+4. 3015g 47,5cm

Tive laceracao de perineo e uma laceracao lateral. Mais ou menos assim \.

Valeu a pena. Não doeu. As últimas três contrações apenas doeram. As demais foram controláveis e culpo esse controle ao meu controle emocional e entrega. Quando a dor vinha, relaxava o assoalho pélvico ao invés de contrair que era o reflexo natural.

Sou grata a todos e a tudo e ainda terei + um pra fechar a conta. 

3) Relato Cômico. Só leia se leu o 2.

Então… Tp começou… Resolvi comer pizza e ainda tirei onda com o marido “já pensou? O que falar pra todo mundo? O que vc fez quando entrou em tp??? Fui comer pizza!!”.

Já em casa pós pizza, no chuveiro, pedi Luftal ao marido. Ele entregou um vazio. Joguei longe xinguei ele e disse pra trazer a merda do Luftal certo.

A bolsa rompeu e ele me diz” o Hugo vai nascer aqui? Se não vai, então vamos embora”. Levanto, vomito a pizza… Poxa vida. A pizza!!!!

No carro, as contrações rolando… Ele freia por causa de um quebra mola e eu digo a ele ” mais uma dessa e você morre….”

Chegando na emergência, após a enfermeira quebra clima chegar, eu me vesti e fiz o que ela quis. Quando terminei disse “agora pode mandar aquela puta chamar o maqueiro”. Tadinha da fotógrafa e a cara q ela fez de assustada.

A doula já tinha sido avisada pra não encostar mais em mim. Tadinha.

Chegando na sala de parto, já agarrada no marido, sinto uma luz. Olho e vejo uma luz verde. E digo “q porra de luz é essa??? Apaga essa merda!”

Delicadamente a doula vem até mim e diz “Ingrid, sem luz Não tem foto ok?” minha cara pra ela foi de f*-se, mas o q saiu da boca foi ok.

Tô agarrada no marido e escuto doula e fotografa cochichando. Falo no ouvido do marido “avisa as duas que se continuarem falando, vou matar as duas.” senti o marido rir e levantar a cabeça pedindo silêncio com o dedo.

Pedi a doula que fizesse compressa de água quente. Ela fez e foi ótimo, mas trocou 2x a compressa durante contração. Disse ao marido (ele disse que a sala td ouviu)” diz a ela q ela tá proibida de fazer isso de novo” num tom nada amistoso.

Chegou a hr de pedir analgesia… Quando negada, proferi frases como:
“vcs são mt malvadas” e ainda “quem que eu vou ter q processar aqui??????” (essa rendeu gargalhada do marido. Só dele).

Falei pra médica “quando eu disser q quero mais um, vc vai colocar DIU em mim. Se eu reclamar vc vai dizer ‘lindona, só tô fazendo o que você me pediu'” (q foi o q ela me disse no parto anterior quando eu pedia analgesia e ela dizia q Não).

Pedia analgesia e dizia “quero ficar na banqueta, quero tirar foto! Gastei 150,00 nesse top!” só pensava no quanto tinha gasto de fotografa e q Não teria foto pq enfiei a cabeça no marido. Pq N deixei ter uma luz…. Isso lá é coisa pra se pensar??

Já com só a borda de colo, pedindo analgesia, a doula veio falar comigo algo de massagem e eu bem grossa disse “vc eh a última que quero papo!!! ” até pq sabia que só ela sabia meus pontos fracos pra me convencer a Não tomar.

Após nascer, olhei pra equipe e disse” a parte boa é q N vou ter q pagar anestesista”.

 

VÍDEO DO PARTO CLIQUE AQUI

 

É só dar peitinho…

 

“Dá um peitinho pra ele”…

A mãe só quer cinco minutos de paz para comer ou fazer um coco. Aí você entrega o bebê pra alguém. Ele vai chorar, óbvio. Aí o ser incompetente – só pode ser incompetente – (geralmente o pai ou uma avó(ô)) não consegue, ou melhor, não AGUENTA dois minutos de bebê chorando e solta a única frase que pode livrar ele de qualquer responsabilidade: “tá chorando pq quer mamar”.

A pior frase a se falar pra uma mãe quando o bebê chora no colo alheio é “ele quer um mamazinho”…

É a desculpa perfeita! Só a mãe tem o peito. Então só ela pode resolver. Logo, bora jogar a cria de volta no colo da mãe pq SÓ ela pode resolver.

Não seja essa pessoa. Se uma mãe te entregou um bebê pra q ela fizesse qualquer coisa que seja (isso inclui sentar no sofá e não fazer nada) e o bebê começar a chorar, FAÇA DE TUDO! Incorpora a Xuxa!, mas não devolve esse bebê pra mãe, pelo menos não imediatamente, muito menos com a fatídica frase “ele quer peitinho”.

Parece covardia com o bebê? Covardia eh com essa mãe que é mãe 24h e, por alguns minutos está te pedindo ajuda pra retornar a sua paz ; a última coisa que ela quer é o bebê de volta após dois minutos principalmente se for acompanhada da frase “ele quer peitinho. Dá um peitinho pra ele”, sem que a pessoa tenha, no mínimo, se esforçado pra fazer o bebê parar de chorar.

Isso só mostra que você está querendo se “livrar”…

Relato de Parto Humanizado – Aline Santos

RELATO DE PARTO NORMAL HUMANIZADO  –  ALINE SANTOS

ALINE

Cada vez fico mais feliz em saber que outras mulheres estão se informando e buscando opções para que seus bebês nasçam da maneira mais saudável possível.
Desta vez foi a Aline Santos: uma mulher incrível, convicta de suas determinações e que encarou uma indução de parto por pós datismo que durou nada menos que 30h! Clique no link abaixo para ter acesso ao relato completo:

Relato de Parto_Olga 15.01.17

Dicas de Sono

sono

COMO AJUDAR O BEBÊ A TER UM SONO TRANQUILO

Desde os três meses de vida do Gustavo (hoje com 4 anos) é que eu queria fazer este post. Mas, quem sou eu pra falar sobre como colocar um bebê pra dormir a noite toda? Naquela época achei muita prepotência pensar que eu fazia o certo. Eu simplesmente tinha a convicção de que o Gustavo era um bebê calmo.

Hoje em dia, mãe de dois e com uma bebê linda que dorme no mínimo 4 horas direto durante a noite desde o nascimento, comecei a pensar que alguma coisa eu estava fazendo certo e estava na hora de compartilhar com vocês.

Nosso corpo não está acostumado a interromper as 8 maravilhosas horas de sono noturno e, por causa disso, acordar neste intervalo é muito ruim! Além do cansaço físico, a paciência tende a esgotar e a ansiedade em fazer o bebê dormir de novo para que possamos voltar a dormir vai bater com força e é aí que está o pulo do gato.

Vamos por passos. Se você colocar no google a pergunta “como fazer um bebê dormir a noite toda?” vai encontrar dezenas de sites te ensinando a fazer uma rotina de sono antes de dormir. Quem é que consegue fazer essa rotina??? Ainda mais que eles mandam fazer massagem, ler uma história, cantar uma música e NUNCA colocar o bebê pra dormir mamando.  IMPOSSÍVEL.

Se você é da turma da maternidade real, você sabe que é humanamente impossível conciliar todas as tarefas inerentes à uma mulher (inclusive higiene, tá?) e ainda cumprir uma rotina organizada, com hora marcada pra colocar o bebê pra dormir. Sejamos mais práticas. Vou falar o que deu e dá certo comigo.

 

Nunca deixe seu bebê chorando

Desde novinho, aprenda a ler os sinais de desconforto que seu filho apresenta. Não espere ele chorar pra mostrar que está incomodado. Óbvio que ele irá chorar, mas assim que isso acontecer, pego-o no colo, atenda-o e tente o acalmar. Quem amamenta precisa colocar imediatamente no seio mesmo que ele tenha acabado de mamar. Ele precisa entender que está tudo bem.  Depois você olha a fralda, a roupa, etc.

Por qual motivo não devemos deixar chorar? Pra não gerar ansiedade no bebê e ele entender que tudo estará sempre bem. Ele não precisa se desesperar, sempre haverá alguém por ele. Que o mundo é um lugar que vale a pena viver! Não. Isso não vai mimar seu bebê recém nascido que passou 9 meses dentro do seu útero grudado em você.
Essa dica é imprescindível para que seu filho seja “um bebê bonzinho” que consegue ficar sozinho em cadeiras, bebê conforto e carrinhos sem chorar. Ele saberá que você estará ali quando ele solicitar e que não precisará ficar “testando” a cada hora se desta vez você vai atender ou não.

 

Distinguir noite de dia e aprender a dormir

Não se iluda de que bebês sabem dormir. Não sabem. Eles precisam ser condicionados, ensinados a dormir. Lembra disso. Se você reparar que seu filho não dorme mais do que uma hora direto seja de dia, seja de noite, ele está precisando aprender a dormir.
Primeira coisa é ensinar a distinguir dia de noite.  Então nada de conversar, brincar e falar coisas em voz de bebê após o por do sol. A casa também deverá estar em silêncio e na penumbra. Evite televisão perto do bebê. Se a televisão é indispensável a você como é pra mim, mexa nas configurações da TV e tire a luz de fundo, o brilho e diminua o contraste. Assim, a iluminação da tv ficará próxima a de um abajour.
Eu sequer converso ou sorrio pra eles a noite enquanto são bebês.
De dia é exatamente o oposto. Os mais velhos costumam pedir silêncio, costumam colocar cortinas para bloquear a luz do sol e fazer um ninho pro bebê. Está errado! De dia é de dia! Então de dia tem luz acesa sim, tem sol, tem barulho do liquificador, do aspirador de pó… vida normal!
Ele vai aprender a tirar sonecas durante o dia e a dormir prolongadamente a noite.

Se ainda assim, estiver tudo dando errado, sugiro fazer cama compartilhada. Sou contra a cama compartilhada pra noite toda, mas sou a favor dela pra fazer o bebê (que ainda não dorme sozinho) aprender a dormir. Para isso, siga as normas de segurança contidas neste link. Eu abraçava eles até que dormissem e, após 15 minutos de sono pesado, passava eles pro berço. As vezes até eu tirava um cochilo de 40 minutos a 1 hora e logo que despertava colocava eles no berço.

Rotina

Falei mal da rotina lá em cima, mas coloquei ela como indispensável, né? É preciso sim de uma rotina, mas essa rotina quem dita é você e o bebê. Nada de hora marcada, nada de restrição e imutabilidade. A rotina vai mudando de acordo com a necessidade de vocês.
Eu não dou banho antes da rotina e ela mama pra dormir. O mais velho foi assim e ela também. Não há dependência de mamar pra dormir, pois os dois dormiam sozinhos a tarde ou a noite, mas pra fazer aquele ritual pré-sono, rolava mamada sim.
Para uma noção do quão individual (e as vezes absurda) uma rotina pode ser, no meio da olimpíadas do RJ, a rotina da minha mais nova incluía 15 minutos de televisão (geralmente atletismo) em que ela ficava animada, mexendo braços e pernas vendo tv. Depois ela mesma solicitava o peito, voltava pra cama pra ver mais um pouco de TV, depois solicitava o peito e dormia a noite toda.

Mais vale uma noite de sono do que uma fralda suja

Aos poucos você vai conseguir identificar o horário próximo que seu filho irá dormir. Aqui ela varia, mas quando percebo que vai se alongar , troco a fralda de novo.
O segredo é trocar a fralda antes de iniciar a rotina do sono. Colocar uma boa camada de pomada de assadura, se certificar de que é uma marca excelente de fralda (dica de fraldas aqui) e está no tamanho certo e não mexer mais até o sol nascer.

Eu só troco a fralda de madrugada se eu escutar que fez cocô ou se, por ventura, a fralda vazar, mas nunca aconteceu aqui.

Não, eles não vão assar por causa disso, não, não vai dar infecção urinária em meninas, não, não faz mal. Mal faz você tirar a roupa, trocar a fralda e acordar um serzinho que estava desfrutando do seu mais profundo sono.

A troca de fraldas antes de mamar na madrugada acaba aumentando a ansiedade pelo mamá e agita a criança e a troca de fralda após o mamá, desperta o bebê do sono profundo. Ou seja, zero vantagens nos dois casos.

 

Converse com o seu bebê

Não há vergonha nisso. Não se engane de que bebês não nos entendem. Eles entendem mais do que você pode imaginar e, por isso, converse muito com ele. Sobre o que está acontecendo, sobre o que vai acontecer. De que você vai ao banheiro e já volta e coisas do tipo. O mantra “tá tudo beeemm” ao pegar ele no colo depois de chorar é um ótimo aliado.

 

Aguarde o sono pesado após mamar na madrugada

Bebês que acordam, mamam e voltam a dormir. Esses dão menos trabalho, mas geralmente despertam logo após serem colocados no berço. Para que isso não aconteça, segure a ansiedade e o sono e aguarde de 10 a 15 minutos com bebê em pé ou deitado no seu colo antes de colocar ele de volta no berço. Como voltam ao estágio de sono profundo, não acordam.

 

Mantenha-se calma: ansiedade só atrapalha

É preciso entender que essa fase irá passar. Mesmo que mais velho, mas vai passar. Não adianta entrar em paranoia de que o bebê não dorme e, por isso, você não vive. A pergunta “quando é que vai dormir?” tem que ser tirada da sua cabeça. Quanto mais você tiver anseio que seu bebê durma, menos provável que isso aconteça. Bebês são sensitivos; A sua ansiedade, faz seu corpo ficar tenso e o bebê percebe isso. Quem consegue se manter calmo num ambiente tenso?  Ninguém, né? Nem eles…
Então o segredo é entender (de verdade) de que eles terão um momento em que vão dormir uma noite toda e ele chegará na hora certa (leia mais sobre aqui)

 

Essas são as dicas que funcionam por aqui. Agora, uma notícia: bebês não dormem uma noite toda sempre. Se eles dormem, como os meus, se prepare, pois uma hora não dormirão mais e isso deve acontecer lá pros 6 meses de vida.

Eu Optei por ser Mãe

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Eu Optei por ser Mãe

Sim. Eu optei por ser mãe. Eu não escolhi a maternidade, eu optei por ela.  Eu optei por eles: meus filhos.

Só quem é mãe sabe a realidade desse novo mundo. Quando minha mãe dizia “você só vai entender quando você for mãe”, eu revirava os olhos, mas é verdade! Você só vai entender quando for mãe.

Eu optei por ser mãe. Eu optei por não deixar meus filhos com alguém para curtir uma night. Eu optei por amamentar em livre demanda e viver a mercê dos horários dos meus filhos que demandam peito quando desejam. Eu optei por ser mãe e aprendi a perdoar os meus amigos que não entendem o que é ser mãe. Aqueles amigos que exigem de você um comportamento igual ou semelhante ao de antes de ser mãe. Perdoar os amigos que ficaram chateados porque eu “sumi”. Aprendi a perdoar aqueles que se chatearam comigo porque eu não consegui comparecer a um compromisso importante como um casamento ou um aniversário. Eu aprendi a perdoar porque eu optei por ser mãe.

Passei a gestação inteira “correndo atrás”. Mesmo com o corpo cansado, com a barriga grande, eu me esforçava para estar presente, afinal, o único sacrifício era meu. Depois que eles nascem, tudo muda. O sacrifício continua sendo meu, mas por eles. Eles não serão sacrificados por mim, não consigo tirar o conforto deles por mim ou por outra pessoa. Não mesmo.

Não. Eu não morri. Eu vivo, mas viver, pra mim, tem todo um novo significado e curtir a vida, pra mim, é curtir uma tarde no parque, um passeio no shopping, passar um dia dançando galinha pintadinha com meu marido na sala de casa vestindo shorts e soutien de amamentação.  E eu perdoo os meus amigos que não entendem que eu optei por ser mãe.

Nem sempre é possível comparecer a um encontro e, quando dá, chegar com pontualidade é impossível. A logística com um bebê é difícil. O fator imprevisibilidade é uma constante. Tem sempre um cocô surpresa, um vômito surpresa e tudo que estava pronto pra sair, volta a estaca zero. Fatores climáticos também atrapalham! O vento, a chuva, o sol forte…

Eu perdoo. Afinal, eu optei por ser mãe.

Se você é amigo de alguém que tem filhos, perdoe você também a ausência dos seus amigos. Entenda você também que ela optou ser mãe. E lembre: amanhã você também pode optar.

5 coisas que você precisa saber sobre amamentação

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7 em cada 10 mulheres tem dificuldade em amamentar e, a maioria delas não apresenta uma condição física impeditiva, mas sim barreiras psicológicas, inseguranças que levam à introdução de mamadeiras e fórmulas e, consequentemente, ao desmame precoce. A falta de apoio familiar é um dos fatores que somados à insegurança da mãe fazem com que apenas 39% das mães brasileiras amamentem exclusivamente até o 6º mês de vida do bebê.

Diante disto, elaboramos 5 Coisas que você precisa saber para tornar a amamentação mais fácil

 

1) Peito não é só fonte de comida

Achar que o bebê só mama para se alimentar é um erro comum. Bebês mamam por todo motivo possível e imaginável, principalmente nos três primeiros meses de vida. A sucção não nutritiva é uma necessidade do bebê e, por causa disso, muitas mães acabam cedendo ao uso da chupeta, já que ao sugar, o bebê se acalma. Peito é carinho, é colo, é aconchego … é fonte de nutrição psicológica e alimentar também. Se você entender isso, não vai se desesperar com o bebê que fica grudado no peito o dia inteiro e não vai achar que seu peito não está sustando. “Fazer o peito de chupeta” não só é bom para o bebê como faz a produção de leite aumentar. Vale lembrar que bebês não conhecem chupeta, logo eles não fazem o peito de chupeta, a chupeta é que tenta imitar o peito.

2)  Não existe leite fraco

Pode acontecer do seu filho não engordar direito, mas isso não quer dizer que seu leite é fraco. A probabilidade maior é de que a pega do bebê esteja errada e ele esteja se esforçando muito mamando somente o mamilo, o que faz com que a parte posterior do leite não seja sugada. Ainda há chances do peito estar sendo ofertado de forma incorreta. Mamadas programadas ou limitadas (o famoso 20 minutos de cada lado) interrompem a sucção do leite fazendo com o que o bebê não sugue a parte mais gordurosa do leite que vem ao final da mamada. O mesmo acontece quando o bebê dorme, larga o peito precocemente e não é oferecida a mesma mama quando ele for mamar de novo.
E, se tudo estiver sendo feito corretamente com relação a forma de mamar, o baixo ganho de peso pode estar relacionado à alergia alimentar, provavelmente a alergia a proteína do leite de vaca e merece cuidados especiais.
Estudos mostram que a composição do leite de uma mulher que come só fast food e uma que se alimenta bem são pouca coisa diferentes entre si, não havendo diferença nutricional. Assim sendo, não há o que se falar em leite fraco.

3) Bebês não dormem a noite toda e não é por fome

Aliado ao que foi dito no item 2, é preciso entender que bebês de até 3 meses de idade não dormem uma noite inteira.  Se eles choram, se esperneiam e querem peito pode ser por qualquer motivo, inclusive fome e isso é normal! Leite não é uma refeição como um almoço. Não é para sustentar horas sem se alimentar. O bebê, principalmente os mais novos, irão acordar na madrugada para mamar e isso é completamente normal. A Exterogestação ocorre até o terceiro mês e a insegurança do bebê, os seus medos e anseios o farão querer mamar mais vezes. – “Mas eu dei uma mamadeira de fórmula pro meu bebê a noite e ele dormiu a noite inteira. Era fome!” Não, não era fome! O bebê dorme a noite inteira após tomar fórmula, pois a fórmula é igual uma feijoada. Ela pesa, é de difícil digestão, gordurosa e, automaticamente, vai “dopar” seu bebê. Acredite, é uma fase e vai passar. Com o tempo, o bebê demandará menos de você e tudo será mais fácil e prazeroso. Leia sobre isso no nosso post sobre puerpério.

4) Peito murcho não é sinal de peito vazio

A gente bem que queria ter um medidor de ml nos seios para saber quanto o bebê mamou, mas é preciso lembrar que peito é fábrica e não estoque. 80% do leite é produzido durante a mamada e não no resto do dia. Não pense que aquilo que está em “estoque” no peito cheio é o que o bebê mama, ele mama aquilo e mais! E, se não tiver leite “estocado”, ele será produzido e o bebê mamará normalmente. Nos primeiros meses de vida do bebê, a mãe produz muito mais leite do que o necessário e aí se acostuma com o peito sempre cheio e vazando… este cenário não será assim para sempre. Após esses meses, a produção se adequa à demanda e, por isso, vai parecer que o peito está vazio, mas ele não está! 

5) Chupeta atrapalha a amamentação – existe confusão de bicos

O uso de bicos artificiais (chupeta, bico de silicone e mamadeiras) podem causar a confusão de bicos no bebê. Basicamente, o bebê nasce com um instinto de mamada que consiste na projeção da língua e movimentos de sucção próprios para o seio materno. Ao usar chupetas e bicos (principalmente os ortodônticos) o movimento de sucção do bebê é distinto do movimento feito junto ao seio, fazendo com que o bebê se confunda da forma de mamar. Com o uso de bicos artificiais, o bebê desaprende como se mama no seio materno e pode começar a apresentar sintomas de irritação, choro constante e ânsia de vômito ao entrar em contato com o bico do seio da mãe, levando ao desmame precoce. Ou seja, ao usarmos esses artifícios, o bebê pode confundir a forma de mamar, dando preferência aos bicos artificiais. Leia mais sobre isso no artigo do Grupo Virtual de Amamentação, clicando aqui.

 

 

 

 

O segundo filho – sobrevivendo ao puerpério

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O Segundo Filho

Como ter um puerpério bem mais tranquilo

Muitas amigas me dizem que não terão mais filhos por causa da experiência com o primeiro. A boa notícia é que é diferente! Aquele desespero inicial que passamos no primeiro mês de vida do recém nascido é muito mais tranquilo no segundo.

Minha filha tem um mês. Eu não sofri nem um quinto do que sofri com o primeiro. Pra dizer que não falei de flores, eu entrei em um mini desespero na primeira semana, mas o meu desespero era outro. Tenho um menino e trocar fralda de menino é mole! Agora veio uma menina… que nervoso que me deu ver aquela perereca cheia de cocô!! Fora o corrimento que ninguém te conta que a recém nascida terá.. mas o meu desespero durou uma semana só e passou.

Como já sabemos que somos mães capazes de cuidar de um mini ser humano, ficamos mais calmas, afinal, sabemos que não vamos matar ninguém!

Vou falar da minha experiência e creio que seja de muita valia pra mães de primeira viagem que pensam em ter o segundo e pras mães que esperam o segundinho e já estão sofrendo por antecedência. Não é preciso se desesperar!
Uma dica valiosa é entender que é uma fase e vai passar. Lembro de que no meu primeiro filho eu me descabelava, pois achava que ele tinha que dormir e ficava na ansiedade querendo saber quando ia dormir. Eu me preocupava demais com o choro dele, pois ele tinha acabado de mamar e não poderia ser fome e se não era fome, o que poderia ser? E isso tudo consumia meu emocional de uma forma que somado a exaustão física, acabava comigo. Lembro de ler que não era indicado pegar muito no colo pra não acostumar o bebê mal e assim eu fazia… Ao invés de ser gostoso, era impossível! Humpf.

Acredite! É uma fase e vai passar. Aceitar isso é libertador. Aceitar que seu bebê está na exterogestação, ou seja que até os três primeiros meses é como se ele ainda estivesse na barriga, vai te fortalecer emocionalmente. Eu não espero nada da minha bebê. Não espero que ela durma. Se dormir, ótimo, mas se não dormir é normal. Não fico ansiosa pra conseguir tomar banhos demorados ou pra sair na rua. Tenho calma, aos poucos isso vai acontecer. E vai mesmo! Não precisa ser ansiosa e querer que isso aconteça agora.
Bebês mamam.. e mamam muito!! Não se iluda de que só pq ele acabou de mamar ele não vai mamar de novo. Ele vai mamar de novo! E de novo! Tem dias que ela mama e dorme logo em seguida e eu consigo ficar 30 minutos sem ela, mas tem dias (a grande maioria) em que ela mama, arrota, mama de novo, arrota, mama de novo… e não é por pega errada nem por pouca produção de leite… é simplesmente pq ela quer! Pq está com gases, pq está querendo aconchego, pq tá com fome de novo, pq tá assustada, tá com frio, tá com calor… é peito ! peito! peito! e são mamadas longas e demoradas. Também não é pra desesperar! Não vai ficar assim pra sempre! As mamadas serão mais rápidas mais pra frente. Eles irão mamar 10 minutinhos e se satisfazer, mas agora, por agora, é isso que eles fazem e é desta forma que eles aprenderão como fazer mais rápido.
E o choro? Bebês choram… as vezes basta colocar ela no berço que abre o berreiro. Com meu primeiro filho eu entrava em desespero, tacava chupeta, colocava música, fazia carinho pra tentar acalmar… essas técnicas não são para bebês de 0 a 3 meses! Bebês de 0 a 3 meses querem colo! Dê colo pra eles! Você vai ficar mais calma, eles vão ficar mais calmos e, novamente, seu psicológico estará mais erguido para aguentar a exaustão física. Com o tempo você vai ter PhD em fazer as coisas com o bebê no colo. Uma solução prática é usar o sling dentro de casa. Eles ficam calmos e dá pra fazer alguns afazeres domésticos.

Bom, é isso. Pra sobreviver ao puerpério nós não precisamos de bebês calmos. Nós precisamos nos acalmar! Precisamos entender que:

  • Bebês mamam muito;
  • Eles querem colo;
  • Essa demanda de atenção contínua é passageira e tudo vai melhorar!!

Pra mim, cuidar do segundinho está sendo muito mais tranquilo do que cuidar do primeiro e atribuo essa facilidade ao entendimento de que eu preciso de calma e tranquilidade e que ela precisa de mim 24h por dia e que vai passar.

Diabetes Gestacional

DIABETES GESTACIONAL x PARTO NORMAL

Não é indicação para cesariana

No início do pré natal o médico irá pedir exame de glicemia e, se acima de 90, ele poderá pedir o exame de curva glicêmica que é o exame responsável por fechar o diagnóstico de diabetes gestacional. Caso o primeiro exame não dê alteração, o médico pedirá o exame de curva glicêmica no segundo trimestre.

O exame de curva glicêmica consiste na medição da glicemia 60 e 120 minutos após a ingestão de alta concentração de glicose. Se os valores derem alterados, a gestante é diagnosticada com DG e deve iniciar o tratamento. Mesmo que essa alteração seja mínima, ainda assim o diagnóstico é de DG.

Meus exames deram alterados. Sempre 10 ou 20 acima do permitido na curva e, por isso precisei iniciar o tratamento. Primeira coisa a se fazer é procurar um endocrinologista e uma nutricionista. É preciso fazer dieta, pois há quem consiga fazer o controle glicêmico apenas com dieta, outras precisarão de insulina.

Eu fiz o controle só com dieta. É uma dieta chata, pois é preciso cortar o açúcar, diminuir consideravelmente a ingestão de carboidratos, aumentar a ingestão de fibras e produtos integrais. Além disso, é prudente fazer controle da glicemia com aparelho em casa. As minhas idas a endócrino não foram produtivas e, por causa disso, continuei meu controle em casa e me reportava a minha obstetra e ao meu irmão clínico.

Já adianto que é muito difícil e demanda muito autocontrole, pois a tentação é enorme! Qual grávida que não adora um doce???? Mas não pode.

No que a diabetes gestacional influencia no parto? Infelizmente, em muita coisa. Caso a diabetes não esteja controlada, a mãe pode gerar um bebê grande demais, além de poder desenvolver polidramnia  (aumento do líquido amniótico), também aumentar as chances de o bebê ter hipoglicemia após o parto e de o parto ser prematuro. Se isso acontecer (exceto o parto prematuro), a gestação deve ser interrompida no termo, ou seja, com 40 semanas a mãe precisará induzir seu parto. Há algumas médicas humanizadas que optam pela indução com 39 semanas.
E qual o problema de induzir? A indução do parto é, por natureza, uma intervenção médica e, a partir do momento em que há uma intervenção médica, fica aumentada a possibilidade de serem necessárias outras intervenções médicas, em verdadeiro efeito cascata.
Para uma mulher que não tem cesariana prévia, a indução mecânica acontecerá primeiro para maturação do colo uterino, geralmente com uso de comprimidos vaginais. Após a maturação do colo, se o trabalho de parto não iniciar, é utilizada ocitocina sintética. Já não é um processo natural e, portanto, tem seus riscos. Caso a mulher tenha polidramnia, aumenta-se o risco de prolapso de cordão (cordão sai antes do bebê ou ao seu lado) e, por consequência, aumenta-se o risco de se precisar de uma cesariana.
Se a mulher tiver cesariana prévia, aí que é pior, pois não se pode usar o comprimido e as outras formas de indução que sobram, podem não ser eficientes como o uso da sonda de Foley.
Então, não é inteligente fazer pouco caso da DG. É preciso levar a sério a dieta para que tudo fique controlado e a médica possa aguardar o nascimento do bebê de forma natural. A maioria das médicas humanizadas do RJ não esperam o trabalho de parto voluntário e induzem o parto com 40 semanas, porém, há estudos europeus que indicam ser seguro aguardar o trabalho de parto da gestante com DG que está com o nível glicêmico controlado, bem como peso e vitalidade fetal.

Para as mães que fazem controle da diabetes com insulina, a conduta médica poderá ser diferente, mas a princípio é mandatório a indução no termo, ou seja, com 40 semanas.

Novamente: diabetes gestacional nenhuma é indicativo de parto cesárea agendado. Se há algum risco de cesariana, este ocorre durante o trabalho de parto por conta das intervenções que possam ser necessárias ou em razão do tamanho do bebê ou prolapso de cordão em caso de líquido aumentado.

Relato de Parto Normal Humanizado

Relato de Parto Humanizado

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Pra quem não sabe o que é um parto humanizado, é aquele realizado por uma equipe que irá respeitar a mãe e bebê baseando suas atitudes em evidências científicas, conforme eu expliquei no post sobre parto humanizado.

Após passar por uma cesariana traumatizante e desnecessária, tive o prazer de ter um lindo parto humanizado. Ué!? Mas quem teve uma cesariana pode ter parto normal??? Sim!! e se chama VBAC (Vaginal Birth After Cesarean)

Vamos ao meu relato:

Engravidei com incríveis 106,5kg (o maior peso da minha vida) e, logo no início diagnosticamos diabetes gestacional e hipotireoidismo de Hashimoto. Iniciei a dieta para o controle da diabetes e o tratamento hormonal para o hipo.
Moro em Volta Redonda e optei por ter filho no Rio de Janeiro (capital) que é de onde eu sou e onde está a minha família, mas mais importante, por ser um lugar onde eu conseguiria uma assistência humanizada.
Na luta pela busca da equipe ideal, não me senti a vontade em pagar R$16mil que era o valor cobrado pelas indicações que tive e, milagrosamente encontrei uma obstetra que, segundo me falaram, estava no caminho da humanização, mas que pra mim era mais que perfeita pois respeitava evidências científicas e respeitava (e respeitou!) a vontade da mãe. Na minha opinião, é mais humanizada do que outras que me indicaram.
Inicialmente, tendo em vista a DG, o plano era de aguardar que a princesa viesse de forma natural até 39 semanas. Se isso não ocorresse, iríamos induzir.
Sabendo disso, já com 38 semanas comecei as induções naturais como acupuntura, caminhadas, namoro … e, em paralelo, a médica fez o descolamento de membranas para ver se conseguíamos melhorar o colo que estava com 1 cm dilatado, posterior e longo.
Na consulta de 39 semanas, foi constatado que o colo estava com 3 cm dilatados ( o que fez com que a nossa opção por foley fosse abaixo), posterior, médio e amolecido. Diante disto, a médica sentou e conversou comigo, me deixando positivamente surpresa, ao dizer que daquela forma, as chances da indução com Ocitocina darem certo seriam poucas, então que nosso amigo era o tempo e que ela, respaldada em evidências, iria aguardar 40+1 semanas para induzirmos.
Fiquei muito satisfeita e confiante, pois minha filha teria mais uma semana pra vir no tempo dela.
Nessa semana, eu fiz mais uma sessão de acupuntura (a quarta), dessa vez gratuitamente cedida pela fofa da fisioterapeuta, caminhei, namorei .. fui atrás e manipulei óleos essenciais que a fofa da Fernanda Teles da Vivo Naturalmente gentilmente me ensinou a fazer para indução do parto. Fiz tudo que pude, mas pelo visto a princesa não estava pronta ainda.
Com 39+6, marido e filhote resolveram pintar a minha barriga como forma de despedida. Foi um momento lindo!!
Na madrugada de 40 semanas para 40 semanas +1, fui acordada algumas vezes com contrações, mas não quis contar nem me preocupar, pois tinha passado as últimas duas semanas em pródomos (famoso alarme falso, onde a mulher sente contrações, porém sem ritmo) doloridos e não queria contar mais um alarme falso.
Chegamos as 40+1 semanas e, pela manhã na consulta, a médica constatou que o colo permanecia desfavorável, mas que iríamos tentar ainda assim a indução, pois cada corpo reage de um jeito e tudo poderia acontecer. Dei entrada no hospital as 11:30 da manhã para fazer um cardiotoco, já que iniciaríamos a indução por volta das 16/17h. Era o segundo cardio em 10 dias; O terceiro da gestação.
Teve algo diferente nesse cardiotoco. Todas as vezes anteriores, o marido me acompanhou, mas estávamos mais plásticos, acompanhando um exame e analisando padrões. Esse foi diferente… nesse, estávamos namorando. Estávamos em “alfa”, pois sabíamos que nossa princesa viria. Da forma que desse, mas ela viria. Lembro que a gente trocava olhares apaixonados.. beijos.. lembro de olhar pra ele tão apaixonada como no dia que o conheci (sim, foi amor a primeira vista) e lembrava de outros momentos e aquele clima todo refletia no monitor que acusava contrações regulares, mas ainda ineficientes.
Bom, levantamos e fomos aguardar o laudo. Quando cheguei no lugar que teria que sentar para aguardar, senti um quente escorrendo pela perna. Minha bolsa havia estourado. Dei um sorriso, encostei na parede, avisei ao marido que correu atrás da médica plantonista pra avisar. Ligamos pra nossa médica que ficou maravilhada! Comemorou muito! Disse que nos encontraria as 16 para conversarmos.
Internei e a médica chegou para conversarmos. Em conjunto, optamos por continuar com o plano de indução. Meus pais, meu marido e meu filho estavam conosco no quarto quando ligamos o soro. Também conversamos sobre bomba de infusão ou soro e, em conjunto, optamos pelo soro.
Bom, minutos, literalmente, minutos após o soro iniciar, começaram as contrações regulares e doloridas. Tive que pedir para que tirassem meu filho do quarto e pedi a médica para que fossemos a sala de parto humanizada.
Novamente poucos minutos se passaram até que eu chegasse na sala de parto. A médica já tinha desligado completamente o soro, pois o bicho estava pegando. Como disse a minha doula, correu só “um cheiro” de ocitocina e foi suficiente.
A indução começou as 17 e as 19 eu estava na banheira e implorei por analgesia. Esse foi o pior momento. As dores eram insuportáveis, minha doula ainda não tinha conseguido chegar… Na conversa pela manhã no consultório eu tinha sido enfática avisando que não era pra ceder ao meu pedido de analgesia, mas eu queria muito!! E agora??? Foram os piores minutos da minha vida, pois eu tive que lidar com a dor e, nos intervalos, esgotar toda a minha habilidade de advogada para convencer meu marido e minha médica de que aquele apelo não era de uma desesperada e que era sim um apelo lúcido. Graças a Deus consegui e eles cederam ao meu apelo. A médica havia me avisado que tinha uma anestesista de prontidão que era especial para partos normais e que conduziria com maestria caso fosse preciso (já que eu tinha um colo desfavorável e talvez fosse útil para o parto). Então, ela olhou pra mim e disse “Ingrid, ela demora 45 minutos pra chegar”. Tive mais uma contração e tive certeza de que não iria aguentar esperar e literalmente gritei “chama a anestesista do plantão!”.
E assim foi feito, assumi um risco enorme de estar pedindo uma analgesia duas horas após o início do TP, sem permitir que a médica me avaliasse para saber a dilatação e ainda assumi mais um risco em “usar” a médica do plantão do hospital mais cesarista da face da terra! Mais de 90% de parto cesáreo. Dei sorte. Muita sorte.

A anestesista estava na troca do plantão. Indo embora .. e ainda assim veio me atender. Conversou comigo, foi um doce (apesar da contração no meio do procedimento que me fez gritar muito para conseguir ficar imóvel). Após aplicar, veio conversar comigo e, parece que sabia de todo o meu plano de parto, pois ela me incentivou muito, disse que doía demais mesmo que agora iria melhorar que eu era guerreira e que agora daria pra ter tranquilidade para trazer minha filha ao mundo. E assim foi!
Agradeço muito pela analgesia. Foi a melhor escolha que fiz e me senti muito mais mulher e empoderada dentro daquela sala de parto por ter alterado minha escolha e optado por voltar a ter consciência, controle do meu corpo e trazer minha pequena ao mundo.
Permiti o toque após a analgesia e, pra minha surpresa, estava com 8 cm dilatados. Isso não mudou nem mudaria a minha opção, pois como eu disse antes, eu não toleraria nem mais 5 minutos de dor e eu precisava daquela analgesia independente da dilatação.
Agora sentindo dores suportáveis, pude conversar com a médica, colocar as músicas escolhidas pro parto, pude ver que minha doula havia chegado e enfim colaborar ativamente para a chegada da princesa. Rebolei na bola, agachei, me conectei com aquelas dores e pressões até que olhei pra médica e disse “to sentindo uma pressão maior e tô com vontade de fazer força”. Ela me olhou intrigada, pois não tinha passado muito tempo e perguntou se queria que ela me examinasse. Pedi que sim já que os puxos eram involuntários. Batata. Dilatação total e bebê alta. A médica então me disse pra respeitar meu corpo, fazer como eu queria, do jeito que eu quisesse. Não haveria direcionamento de força, era eu e meu corpo. Pra minha surpresa, optei por ficar deitada, pois assim me sentia melhor e, a cada puxo, sentia a princesa encaixando e escorregando… Chegou uma hora em que a médica pegou minha mão e colocou na vulva. Senti a cabeça. Ali eu chorei e chorei.. já estava na partolândia há algum tempo e depois daquilo mais ainda. Me entreguei por completo. Deixei a mão pra poder sentir ela sair, fiz muito carinho na cabeça dela, chamei… senti a médica mexendo (era pra tirar a circular. sim, teve circular de cordão e não, não é motivo pra cesárea), pensei que ela pudesse estar puxando e pedi que não puxasse. Na verdade ela estava achando q tinha mais uma volta de cordão, mas na verdade era a mão da minha princesa que estava nascendo junto com a cabeça. Continuei conectada, serena, com a minha mão fazendo carinho nela e aí senti escorregar ombros e sair.
Olhei pra baixo e lá estava ela envolta em sangue pronta pra vir pra mim. Meu marido ao meu lado, já tinha se emocionado quando viu a cabeça coroando e agora estava comigo. Eu dizia pra ela ser bem vinda, pedi pra que ela respirasse calmamente… a transição foi serena. Um miado de gato pra não dizer que não chorou por alguns segundos. Cordão foi cortado tardiamente após parar de pulsar. Marido cortou o cordão e eu aparei o do coto. Só emoção. E ali ficamos.. eu e ela. Imediatamente foi pro peito onde ficou por uma longa hora.

Tive uma mínima laceração de períneo segundo a médica. Grau II mas prioritariamente de mucosa, pouca coisa na pele. Tive também uma laceração paruretral causada pela mãozinha dela, mas que não foi suturada pela médica vez que o ponto causaria mais desconforto que a laceração.

Isabel veio ao mundo no dia 15/07/2016 às 20:43 com 3,720kg, 50 cm, 36cm de perímetro cefálico e apgar 10/10. E o melhor? Capurro 41+3!

[edição]

Depois de colocar a Playlist em aleatório, tenho que lembrar que Isabel nasceu ao som de Hello da Adele e, ao nascer a cabeça, começou o refrão “Hello from the other side…”

Equipe Médica:

Obstetra: Mayra Fontainhas
Pediatra: Rogério Leandro
Assistente: Michelle Zelaquett

Doula: Paula Inara

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O que é um parto humanizado?

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Antes de qualquer coisa, vou pedir para que vocês assistam o documentário “O Renascimento do Parto”, onde especialistas brasileiros e estrangeiros falam sobre a forma como o parto é conduzido no Brasil e como deveria ser segundo a OMS.

O parto humanizado está “na moda”. Não gosto de usar este termo, pois não é moda, é resultado da busca das mulheres e seus companheiros por melhores informações e, consequentemente, melhores opções para as mães e seus bebês.
Um parto humanizado não significa ser um parto em casa ou um parto dentro da banheira como é pensado por muita gente. O parto humanizado é aquele realizado baseado em evidências científicas, onde a mulher é respeitada como ser humano que é.

É preciso fazer a diferenciação de um parto normal vaginal e um parto respeitoso. Hoje as taxas de cesarianas no Brasil são alarmantemente altas e, em sua maioria não são eletivas, ou seja, por decisão da mulher, elas acontecem por indução médica, infelizmente.
Quando a mulher decide fazer um parto normal ela também decidirá sobre outras coisas, como por exemplo, pela intervenção médica arbitrária ou não. A nossa cultura tende a entender o médico como “Deus”, mas infelizmente, quando se trata de parto, nem sempre a verdade é dita. Eu sou pró médicos, os amo de paixão, tenho irmão e cunhada médicos que me salvam nos desesperos de mãe, mas alguns médicos não são de confiar, principalmente os médicos obstetras cesaristas.

Esse assunto é muito delicado, mas chegou a hora de falar! Não podemos ficar inertes à vontade dos médicos, acreditando que estamos “salvando nossos filhos”, quando, na verdade, somente estamos sendo coniventes com a agenda do médico que não quer fazer parto normal, pois é mal remunerado pelo plano de saúde.

Voltando ao assunto, o parto normal vaginal tradicional no Brasil é realizado: i) com a mulher deitada na cama sempre. Desta forma o canal vaginal e a vagina estão de mais fácil acesso ao médico para que ele possa intervir em qualquer necessidade de “emergência”. Qual é o problema dessa posição? Esta posição além de extremamente desconfortável pra gestante durante as contrações é contra a própria lei da gravidade. A força a ser realizada terá de ser maior, além de que as contrações podem se tornar não eficientes o que pode acarretar numa cesariana por estagnação do trabalho de parto; ii) com episiotomia em quase 100% dos casos. A episio é o famoso “cortezinho” feito na vagina da mulher. Esta é uma intervenção médica que, segundo evidências científicas não apresenta benefícios à parturiente quando realizada de forma indiscriminada. A justificativa médica para a realização da episio é de que de, se não feita, a mulher poderá sofrer lacerações enormes no períneo e outras áreas da vagina, fazendo com que as infecções sejam mais recorrentes. É mentira. As evidencias científicas, ou seja, os estudos reais feitos em mulheres que pariram com e sem episio comprovaram que a episio AUMENTA o risco de infecção, AUMENTA o risco de laceração grave (ela mesma já é uma laceração grave) e aumenta o risco da mulher ter laceração em outros partos vaginais.  Além do mais, é extremamente desconfortável para a gestante e pode trazer complicações no pós parto; iii) com uso de ocitocina sintética, o famoso sorinho. A ocitocina é produzida normalmente pelo corpo da mulher, mas ao adentrar no hospital em trabalho de parto, os médicos costumam dizer que vão dar uma ajudazinha pra mãe e colocar no sorinho para acelerar o trabalho de parto. A ocitocina sintética aumenta as contrações uterinas, fazendo com que as dores sejam maiores do que as dores naturais. Óbvio que há casos de indicação real do uso de ocitocina, mas o que se vê hoje é sorinho em todas as mulheres que chegam em trabalho de parto. A consequência do uso do soro? Bom, a mulher vai vivenciar uma dor mais forte do que a que naturalmente iria sentir. Com isso, as chances dela pedir anestesia são maiores e, em um parto com anestesia, maior a probabilidade do parto ser deitada, de se fazer necessária a episio e, em casos mais graves, o parto poderá acabar em uma cesariana. Há consequências maiores e mais profundas relacionadas ao vínculo mãe e filho, já que a ocitocina é o hormônio do amor. Mas esse papo eu deixo pro filme O Renascimento do Parto explicar melhor.

Se o parto normal é realizado desta forma no Brasil, quem foi que disse que tem que ser diferente? A NATUREZA! A OMS! AS MÃES!

Em um parto Humanizado tudo isso pode ser que aconteça, mas só vai acontecer se mãe quiser.

Como funciona o parto humanizado?
Ao final do post, colocarei algumas frases que ouvi e as respostas sobre o assunto. Por enquanto, vamos as explicações práticas.

No parto humanizado, como eu disse acima, a mulher é respeitada como ser humano que é. No parto humanizado, a mulher tem o direito de escolher. Não existe essa de “deita na cama!”, ou ainda “para de gritar para não assustar as outras grávidas” … é um ambiente livre de violência obstétrica de qualquer monta. A mulher é respeitada! Se ela quiser ficar em pé, ela ficará em pé, se quiser deitar, deitará, se quiser entrar na banheira, idem… aí você me pergunta: e se a posição que ela escolher estiver atrapalhando o parto? Com toda educação do mundo que um médico ou equipe humanizada possui, será informada a gestante de que aquela posição não está favorecendo o bom desenvolvimento do parto e será sugerida a troca de posição. Simples assim, né? Como todo ser humano deveria ser: educado! E não cheio de “minha filha, você tá querendo que esse menino nasça ou não? Desse jeito não dá!”.
Além da educação e respeito à mulher que poderá optar por diferentes condutas, inclusive as médicas (não ter episio, não ter ocitocina, etc), há também um manejo no parto baseando-se em evidências científicas. Explico com um exemplo prático. Os médicos que apoiam o parto normal, mas não são humanizados, se baseiam em estudos antigos para conduzir o trabalho de parto. A escola antiga dizia que a mulher deve dilatar 1cm a cada hora de trabalho de parto, mas essa progressão já foi derrubada há algum tempo. O trabalho de parto é imprevisível e requer mais do que 1cm/h para chegar a conclusão de que não está progredindo. Se a mãe deu entrada no hospital as 9 da manhã com 3cm de dilatação e as 13 ela permanecer com 3 cm de dilatação, o médico não humanizado vai indicar a cesariana alegando que a mãe não teve passagem. O médico humanizado vai sugerir mudança de posição, banhos relaxantes, massagens … em último caso, com análise de outros fatores como bem estar fetal, ele poderá sugerir o uso de analgesia (não é anestesia como na cesariana – a mãe continuará andando) ou até mesmo de pouca dose de ocitocina. Ou seja, serão apresentadas opções à gestante que deseja o parto normal, antes que se encaminhe a uma cesariana. O médico humanizado somente indicará uma cesariana quando esta for necessária, ou seja. imprescindível para salvar mãe e/ou bebê.

Só assim por alto dá para ter uma noção da diferença. Parto humanizado não significa parto de mãe natureba, palhaçada, frescura.. não. Significa poder estar sendo amparada por profissionais que irão respeitar a mulher que está parindo e suas vontades e que irão agir de acordo com evidências científicas e não de acordo com a velha prática da medicina.

 

Vamos as perguntas:

1) Quem pode fazer um parto humanizado? 
Qualquer profissional capacitado pode. A dúvida pode estar na confusão entre parto domiciliar e parto humanizado. O parto humanizado pode acontecer em qualquer lugar! No hospital, em casa, em casas de parto… Quanto ao parto domiciliar, esse pode ser assistido por médicos ou por enfermeiras obstétricas. Não entrarei a fundo nesse assunto de parto domiciliar.

2) Só dá pra fazer parto humanizado pagando?
Não! Hoje o SUS conta com diversos estabelecimentos humanizados. Ou são casas de parto que abrigam apenas as gestantes de baixo risco onde o parto é conduzido por enfermeiras obstétricas ou são hospitais como o Maria Amélia no Rio de Janeiro e o Sofia Feldman em Minas Gerais. São centros de excelência na assistência à mulher durante o parto, equipados com suítes e todos os aparatos para que a mulher seja respeitada e possa parir com dignidade sem sofrer violência obstétrica.

3) No parto humanizado, o bebê também é tratado de forma diferente?
Sim! Assim como na mulher, somente será aplicado ao bebê condutas baseadas em evidências científicas. A mãe pode optar pelo clampeamento tardio do cordão umbilical, o bebê vai imediatamente para o colo da mãe, mama na primeira hora e jamais é afastado dela. Outros procedimentos invasivos como aspiração das vias aéreas somente são aplicados se necessários, diferentemente da realidade atual onde todos os bebês são aspirados.

4) Já que é mais simples, pq é tão difícil parir dentro do conceito humanizado?
Infelizmente estamos na fase de transição. Não é fácil quebrar paradigmas antigos. Não são todos os profissionais da área da saúde que querem se atualizar e estudar os novos dados relacionados ao parto. Os hospitais não tem interesse financeiro que a mulher tenha parto normal. O parto normal não gasta nada do hospital, só a hotelaria. Não tem aluguel do centro cirúrgico pra cobrar, material, pessoal… Da mesma forma, alguns médicos não querem (e eles tem esse direito) receber míseros 300,00 reais para acompanhar um trabalho de parto que pode durar 16/20 horas! E, por causa disso se esquivam de realizar o parto normal. Vale fazer a observação de que respeito o médico que informa a gestante desde o início de que não irá acompanhar o parto normal. É direito dele e é direito dela saber isso. Eu abomino os profissionais que levam a gestante no papo até as 37 semanas para somente então dizer que não faz parto normal ou então pior: começam a inventar motivos para fazer cesariana e assustar a mãe. Pra quem se interessar, segue link com os mais comuns casos de falsas indicações de cesariana, ou seja, falsos motivos alegados pelos médicos como sendo determinantes para fazer uma cesariana: Indicações reais e falsas de cesariana

5) É possível ter uma cesariana humanizada?
A maioria das pessoas que falam sobre humanização do parto dirá que não. Mas, eu não concordo. A cesariana agendada sem motivo por si só não é humana por não respeitar o tempo de nascimento do bebê, mas e a cesariana indicada intra parto? Não tem como essa ser humanizada? Tem sim! O centro cirúrgico pode estar em temperatura ambiente ao invés de gelado para que facilite a termorregulação do bebê. O obstetra pode operar em penumbra. É possível permitir música no centro cirúrgico e mais importante: o bebê deve ser tratado de forma humana. Nada de intervenções desnecessárias, a mãe pode e deve ser desamarrada para segurar o bebê, o cordão pode ser clampeado tardiamente, dá pra amamentar no centro cirúrgico. Ou seja, não é pq se está em uma cirurgia que não dá pra respeitar a mãe e o bebê. Então, pra mim, dá sim pra uma cesariana ser humanizada.

essa não é bem uma pergunta, mas é uma crítica que li e que precisa ser rebatida:
“o parto humanizado é fruto de propaganda e marketing. Isso é coisa de quem tem dinheiro. Só serve para dar dinheiro pra doula. Plano de saúde cobre doula? Claro que não!”.
Primeiro é preciso esclarecer o papel da doula. O que é uma doula? Doula são mulheres contratadas ou não pela gestante que servirão como apoio a mulher que está parindo. Ela fará massagens, segurará a mão… a Doula não faz parto, a doula não faz intervenção, a doula não é responsável por partos, a doula não afere pressão, não escuta batimento cardíaco… a doula é o apoio emocional da mulher. Esclarecido isso, como é que o plano de saúde vai cobrir doula?? A doula pode ser sua mãe! Sua irmã!
Bom, parto humanizado não é fruto de propaganda, é fruto de informação! Quem lê, quem se informa, acaba buscando o melhor pra si e para o filho! Ponto. E, se ela optar por uma cesariana eletiva, ela estará ciente do que está fazendo e não estará sendo enganada por nenhum profissional. Essa é a diferença! A mulher tem o direito de escolher a forma de ter seu filho e eu sou muito a favor disso, desde que ela faça as escolhas sabendo o que está realmente acontecendo.

 

É isso! Parto humanizado é humanizar o parto. É respeito, informação e direito a escolhas. Você tem o direito de saber e tem o direito de escolher. 

Eu tive um parto humanizado. Clique aqui e leia meu relato.