Diabetes Gestacional

DIABETES GESTACIONAL x PARTO NORMAL

Não é indicação para cesariana

No início do pré natal o médico irá pedir exame de glicemia e, se acima de 90, ele poderá pedir o exame de curva glicêmica que é o exame responsável por fechar o diagnóstico de diabetes gestacional. Caso o primeiro exame não dê alteração, o médico pedirá o exame de curva glicêmica no segundo trimestre.

O exame de curva glicêmica consiste na medição da glicemia 60 e 120 minutos após a ingestão de alta concentração de glicose. Se os valores derem alterados, a gestante é diagnosticada com DG e deve iniciar o tratamento. Mesmo que essa alteração seja mínima, ainda assim o diagnóstico é de DG.

Meus exames deram alterados. Sempre 10 ou 20 acima do permitido na curva e, por isso precisei iniciar o tratamento. Primeira coisa a se fazer é procurar um endocrinologista e uma nutricionista. É preciso fazer dieta, pois há quem consiga fazer o controle glicêmico apenas com dieta, outras precisarão de insulina.

Eu fiz o controle só com dieta. É uma dieta chata, pois é preciso cortar o açúcar, diminuir consideravelmente a ingestão de carboidratos, aumentar a ingestão de fibras e produtos integrais. Além disso, é prudente fazer controle da glicemia com aparelho em casa. As minhas idas a endócrino não foram produtivas e, por causa disso, continuei meu controle em casa e me reportava a minha obstetra e ao meu irmão clínico.

Já adianto que é muito difícil e demanda muito autocontrole, pois a tentação é enorme! Qual grávida que não adora um doce???? Mas não pode.

No que a diabetes gestacional influencia no parto? Infelizmente, em muita coisa. Caso a diabetes não esteja controlada, a mãe pode gerar um bebê grande demais, além de poder desenvolver polidramnia  (aumento do líquido amniótico), também aumentar as chances de o bebê ter hipoglicemia após o parto e de o parto ser prematuro. Se isso acontecer (exceto o parto prematuro), a gestação deve ser interrompida no termo, ou seja, com 40 semanas a mãe precisará induzir seu parto. Há algumas médicas humanizadas que optam pela indução com 39 semanas.
E qual o problema de induzir? A indução do parto é, por natureza, uma intervenção médica e, a partir do momento em que há uma intervenção médica, fica aumentada a possibilidade de serem necessárias outras intervenções médicas, em verdadeiro efeito cascata.
Para uma mulher que não tem cesariana prévia, a indução mecânica acontecerá primeiro para maturação do colo uterino, geralmente com uso de comprimidos vaginais. Após a maturação do colo, se o trabalho de parto não iniciar, é utilizada ocitocina sintética. Já não é um processo natural e, portanto, tem seus riscos. Caso a mulher tenha polidramnia, aumenta-se o risco de prolapso de cordão (cordão sai antes do bebê ou ao seu lado) e, por consequência, aumenta-se o risco de se precisar de uma cesariana.
Se a mulher tiver cesariana prévia, aí que é pior, pois não se pode usar o comprimido e as outras formas de indução que sobram, podem não ser eficientes como o uso da sonda de Foley.
Então, não é inteligente fazer pouco caso da DG. É preciso levar a sério a dieta para que tudo fique controlado e a médica possa aguardar o nascimento do bebê de forma natural. A maioria das médicas humanizadas do RJ não esperam o trabalho de parto voluntário e induzem o parto com 40 semanas, porém, há estudos europeus que indicam ser seguro aguardar o trabalho de parto da gestante com DG que está com o nível glicêmico controlado, bem como peso e vitalidade fetal.

Para as mães que fazem controle da diabetes com insulina, a conduta médica poderá ser diferente, mas a princípio é mandatório a indução no termo, ou seja, com 40 semanas.

Novamente: diabetes gestacional nenhuma é indicativo de parto cesárea agendado. Se há algum risco de cesariana, este ocorre durante o trabalho de parto por conta das intervenções que possam ser necessárias ou em razão do tamanho do bebê ou prolapso de cordão em caso de líquido aumentado.

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