Não tem uma mãe que não fique neurótica com o enxoval. Não adianta. Eu, como sofro por antecedência e sou neurótica, pesquisei duzentos mil sites para procurar dicas e saber mais sobre preços (em dicas vou colocar uma lista mais ou menos). O problema é que as listas que ajudam são de “bebês que nascem no frio” e “bebês que nascem no calor”. Meu filho nasceu no meio termo!!! E agora? Compra metade de cada? Dá um chute no tempo? Olha a previsão dos últimos anos? Claro que não! Comprei tudo dos dois tipos! FALI.

A cada três meses, no RJ, tem feira da Gestante e Bebê. Esse é O lugar. Na minha gravidez era o meu santuário, minha salvação! Não adianta querer comprar carrinho de bebê, berço e cômoda nessas feiras… o preço é o mesmo da loja e nem tem todos os carrinhos.
Já as roupas e acessórios, ahhhhhhhh sim! Aí vale muito a pena! Na minha época comprei body (3 por R$27,00) e calça do tipo que vira pé (3 por 24,00).  Fora isso, lá é o único lugar onde você vai achar cueiro, manta, fralda de boca, kit berço(!), cortina combinando, bolsa pra maternidade e outras coisinhas no mesmo lugar.

Na primeira vez que fui na feira, estava com dois meses e quase não comprei. Fui atrás de roupa pra mim. Ledo engano! Não vale a pena ir na feira atrás de roupa pra gestante! Pouca coisa e tudo caro! Quando fui pela segunda vez, aí sim.. estava com uns 4 meses e fiz o enxoval todo até 3 meses. No primeiro dia (sim, eu fui mais de um dia), eu levei a minha lista e andei a feira INTEIRA vendo preço e tipos de coisas, até pq não tinha escolhido o tema do quarto ainda… Fui uma vez e voltei ela toda de novo pra poder comprar. Isso com o papai do lado quase tendo um treco. É a versão compras no shopping pros homens, só que ele meio que tem uma obrigação em participar, sabe? E eu, não querendo demonstrar todo o meu lado autoritário, volta e meia perguntava o que ele achava de alguma coisa e, como toda boa mulher, ignorava a opinião seja qual fosse! Homens não foram feitos pra escolher decoração, mas sim pra carregar bolsas! E como ele carregou bolsas nesse dia!
Enfim, voltei a feira toda, comprei as coisas, mas ficou faltando a bendita cortina combinando, voltei mais dois dias na feira pra achar e, neurótica que sou, andei de novo a feira toda! Várias vezes. E comprei várias coisas. De novo. e de novo.

Saí de lá mais de R$3mil mais pobre, cheia de sacolas, e muitas dores nas pernas!!!

Para dicas do enxoval e lista clique aqui.

Hoje o tom da conversa é sério. Estou boquiaberta com a falta de competência, tato e eficiência dos funcionários e do Sistema Único de Saúde do Brasil. Minha cunhada está grávida de 40 semanas e estava fazendo seu pré-natal no posto de saúde (como manda o figurino). A primeira surpresa foi ao completar 39 semanas. O posto simplesmente deu “alta” do pré-natal e informou que, a partir daquele momento, ela não teria mais acompanhamento semanal e, caso passasse mal, sentisse alguma coisa ou tivesse dúvida, deveria ir até a Maternidade para verificar.

Ela não sentia o bebê mexer e estava se queixando de perda de líquido. Assim sendo, fomos todos ao hospital para verificar. O médico que a atendeu simplesmente passou um pedido de ultra  e pediu que retornasse com o resultado no dia seguinte. Já não entendi o motivo pelo qual o exame não foi feito na maternidade…
Diante deste requerimento, ela foi até uma clínica particular e fez o exame. A indicação da ultra era para verificar o valor da ILA (determina a quantidade do líquido amniótico) . Aí veio a primeira lambança. O médico não indicou o valor da ILA no exame, simplesmente colocou a informação (em termos médicos) de que ela estava com líquido baixo, sem determinar o quanto. (ALÔ CRM!)

No dia seguinte, ao voltar para a maternidade, os médicos não hesitaram e disseram que ela teria que ser internada para interromper a gestação, havendo dúvida tão somente na modalidade, ou seja, se iriam fazer cesária ou se iriam fazer indução de parto normal. Isso era por volta das 15h. As médicas a colocaram em dieta zero, soro na veia e informaram que iria ser feito uma cesária, mas provavelmente só no próximo plantão que ocorreria as 19. Ok.

Teve a tal troca de plantão e os novos médicos foram fazer uma reavaliação. Pra início de conversa, o médico simplesmente disse que ela não estava com 40 semanas, mas sim com 36 pra 37! pera ae, né?! Tentando ser educada e não debater o diagnóstico do médico, insisti em dizer que não era possível, pois todos os médicos anteriores informaram que ela estava com 40 semanas. Ele, com toda ironia possível, foi refazer a conta e ficava “três com 9, doze, vai um…” para depois chegar na divisão e dizer que 22 dividido por 7 daria 2 e sobraria… ahhhh não!!!! DOIS NÃO!!! O médico errou conta de divisão? Sério?
Aí tudo bem, eu relevei, vai que ele veio de outro plantão ou sei lá o que… bom, ele e uma outra médica a quem ele se reportava a todo instante, disseram que aquela ultra não seria suficiente para dizer nada e que ela precisaria ficar internada para realizar outra ultra e, aí sim, determinar qual procedimento adotar.
Bom, parecia sensato até sermos informados de que não havia médico qualificado para realizar a ultra, nem radiologista de plantão! Ela teria de ficar internada até segunda-feira agora (dia 10/12) para realizar a bendita ultra.
ALGUÉM ME EXPLICA COMO UMA MATERNIDADE NÃO TEM RADIOLOGISTA DE PLANTÃO NOS FINAIS DE SEMANA?? SÉRIO! ME EXPLICA!
Diante dessa informação, começamos a procurar formas de realizar a ultra no particular e depois retornar com ela, mas isso não poderia ser autorizado, só se ela saísse a revelia .. busquei outra solução e a enfermeira informou que seria possível pedir pra Ambulância levar pra outro hospital público e fazer a ultra, mas o médico teria que encabeçar esse procedimento administrativo. O mesmo médico que errou conta, teve a CARA DE PAU de dizer na minha frente que não sabia fazer isso e que não faria.
Não bastasse isso, fomos ainda informadas de que o Hospital não tinha VAGA!!!!!!! OI? Eles internam uma paciente sem vaga? Ao olhar pros lados, percebi que tinha uma moça com 41 semanas aguardando quarto desde as 09 da manhã (12 horas aguardando), além de outra menina com feto morto na barriga, uma Chinela em trabalho de parto sentada num sofá e duas pacientes em trabalho de parto avançado.
A Maternidade Leila Diniz é tida como modelo.. agora me diz, modelo de que?

Depois de muito insistir e, de infelizmente, ter que sair do salto, os familiares conseguiram um quarto pra ela. Ela está sendo monitorada para aguardar a ultra amanhã e consequente decisão.

Eu não sei o que é mais grave:

• O médico que deu um laudo de ultra incompleto;
• As médicas que internaram avisando que seria feito uma cesária;
• O médico que errou a conta da gravidez e ainda disse não conhecer o procedimento administrativo do hospital;
• A falta de alguém capacitado para realizar o exame de ultrassom;
• A falta de vaga no hospital;ou
• O fato de que uma paciente em boas condições clínicas está ocupando um leito que poderia ser utilizado por uma emergência, pelo ridículo motivo de não haver profissional capacitado para realizar uma ULTRA!

Isso aí é o Sistema Único de Saúde do nosso país. É pra isso que pagamos impostos, é PRA ISSO, que nosso dinheiro é direcionado … sinceramente, não sei se falo bem feito pro povo que prefere ser alheio aos seus direitos e prefere saber quem matou o Max, quanto foi o jogo do Flamengo ou se eu me revolto em esferas ainda mais enérgicas do que as praticadas.